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Curso de História da Bíblia

Oficina de Filtro dos Sonhos

"Então disse Judá a Onã: toma a mulher do teu irmão, e casa-te com ela, e suscita descendência a teu irmão. Onã, porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão. E o que fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que também o matou".

(Gn 38:8-10).         

 

Um obscuro personagem do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, é a porta de entrada para um estudo sobre influências de outros cultos e civilizações nas Sagradas Escrituras. Até que ponto as traduções e edições da Bíblia mudaram nosso entendimento sobre isso? Qual é a origem do povo judeu? Pode o cristianismo ser a sobrevivência de um rito egípcio?

Há dois mil anos, em algum ponto entre o vale do Nilo e as margens do Mar Morto repousam essas respostas em jarros escondidos nas cavernas  ou nas incríveis toneladas de rochas que compõem as pirâmides, onde olhos sob as areias nos encaram enquanto proferem um desafio: Decifra-me, ou te devoro!

As traduções e edições que acabaram por transformar o sentido das Escrituras acabaram por também deixar pistas para encontrarmos seu verdadeiro sentido.

Uma dúvida que paira sobre esse pequeno trecho da narrativa bíblica diz respeito a uma palavra utilizada no ato atribuído a Onã: "...derramava o sêmen na terra" (Gênesis 38:9). É bastante curioso que o termo utilizado na Vulgata Latina seja um tanto diferente do que nas traduções modernas. Na tradução de São Jerônimo consta a seguinte frase: "...semen fundebat in terrae." A palavra "fundebat", flexão do termo latino "fundit", não possui o mesmo significado em que aparece em sua tradução na língua vulgar, onde tem o significado de lançar, jogar, atirar.

Na verdade a palavra fundit, possui outra conotação e aparece, por exemplo, no trecho do Evangelho de São Marcos em que Jesus em visita à Betânia recebe de uma mulher a unção de um nardo de óleo caríssimo em sua cabeça: "...effudit super caput ejus." (Marcos 14:3), traduzido frequentemente como: "derramou sobre sua cabeça".

No Evangelho de João no capítulo 12, onde o mesmo trecho é descrito, a mulher recebe o nome de Maria e, a palavra utilizada pelo ato dela é "ungiu". Esse termo pode tanto ser um sinônimo, como um termo relacionado à fundit. E a sua utilização frequentemente aparece na Bíblia ligada à ritualização de um ato. Uma tradução melhor para o ato de “fundebat” seria na verdade a palavra “aspergir” ou “espargir”, isto é, Onã, “espargiu seu sêmen na terra.” Isso é curioso, pois sugere um ato ritual ligado à história. É possível que o ato praticado por Onã fosse na verdade um ritual? E pode ser que parte dele ainda sobreviva no cristianismo moderno?

 

Tópicos do curso:

 

Introdução: A Bíblia Histórica

 

1ª Parte

  • 1 - Por que Onã Lançou seu Sêmen ao Solo?

  • 2 - Heliópolis e o Culto Egípcio

  • 3 - A Sacerdotisa

  • 4 - Melquisedeque, o Rei de Salém

  • 5 - Os Reis Pastores

  • 6 - O Império Davídico e a Rainha de Sabá

 

2ª Parte

  • 7 - Nabucodonosor e o Exílio da Babilônia

  • 8 - Roma, o 4º Império

  •  9 - O Livro da Águia e os Essênios

  • 10 - Quo Vadis, Domine? Para Onde Foi a Igreja?

  • 11 - O 5º Império e o Ciclo do Graal

  • 12 - O Arquétipo do Herói Cristiano

  • Conclusão: A Sobrevivência do Símbolo.

Instituto Cultural Potala
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