As Cartas da Bruxa Cigana pertencem à linhagem dos oráculos populares que falam a língua do cotidiano sem perder a reverência pelo sagrado. A iconografia traz e tradição cigana — luas, velas, amuletos, chaves, fitas, flores, mãos em prece — para traduzir movimentos da vida em sinais compreensíveis. Diferentemente do Baralho Cigano clássico, este é um oráculo autoral: não se prende à grade de 36 cartas nem às mesmas correspondências; cada edição pode variar títulos e imagens, preservando, porém, o espírito direto, intuitivo e prático.

Numa consulta, estas cartas agem como quem acende uma vela na mesa: revela contornos, distingue sombras, mostra o que já está maduro e o que ainda precisa de preparo. A leitura pede a pergunta para lapidar a intenção; em seguida, as cartas são dispostas em tiragens compatíveis com o tema — decisão profissional, relações e parcerias, planejamento financeiro, proteção e limpeza energética, mudanças de casa ou de cidade, retomadas de propósito.

As cartas falam em frases curtas, combinando tendência e conselho.  Chave ao lado de Caminho indica solução disponível mediante iniciativa clara; Lua com Coração pede distinguir intuição de carência antes de um movimento afetivo; Carta com Aliança favorece formalizações e acordos escritos; Vela e Âncora orientam limpar o ambiente e, depois, firmar rotina e prazos; Rosa dos Ventos com Moedas encoraja a diversificar fontes de renda em testes pequenos e mensuráveis; Olho com Sino alerta para sinais que você já percebeu e convites que pedem resposta no tempo certo. São exemplos ilustrativos, mas a lógica permanece: a ideia é transformar símbolos em critérios práticos. No encerramento, você recebe uma síntese objetiva — o que observar agora, qual gesto iniciar, que atitude suspender, que recurso ativar e qual cuidado manter nos próximos dias — para sair com um primeiro passo concreto.

Se o coração pede rumo e a vida apresenta sinais, este oráculo ajuda a alinhavar intenção e ação com simplicidade e respeito ao seu tempo.