Psicoterapia Fenomenológico-Existencial
Originalmente desenvolvida na Alemanha por seu fundador Edmund Husserl (1859-1938), a fenomenologia inicialmente pode ser entendida como o estudo descritivo “despreconceituoso” (no sentido da palavra de “sem um conceito prévio”) do que aparece na consciência, precisamente na maneira como aparece. A fenomenologia tem como propósito clarificar temas, estando livre de conhecimentos preconcebidos. Husserl aponta a descrição fenomenológica como clarificação, iluminação no sentido de esclarecer o significado do fenômeno em questão. A fenomenologia se opõe ao naturalismo, ao reducionismo, ao cientificismo ou outras formas de explicação que distanciem a atenção da maneira como aparece o fenômeno em questão.
O método Fenomenológico-Existencial de psicoterapia possui a proposta de esclarecer sobre o ser do homem, revelando suas estruturas existenciais e abandonando qualquer teoria desvinculada do verdadeiro sentido da existência. Ou seja, tal modelo de atendimento tenta alcançar o sentido da existência humana em sua totalidade, sem tomar antecipadamente aspectos definidores de cada indivíduo, na intenção de descobrir a verdade mais genuína deste ser humano que busca o atendimento psicoterapêutico.
Assim, a pessoa é tomada primeiramente como indefinível, no sentido de não ser classificada a partir de preconceitos ou juízos de valores que possam nublar qualquer compreensão verdadeira sobre ela.
A Fenomenologia-Existencial parte da premissa de que o homem se constitui como ser no mundo. O homem é sempre, desde o início, a relação com o mundo. Isso significa que neste modelo de atendimento, acredita-se que o ser humano não está desvinculado de sua história de vida, e que, portanto, é necessário compreendê-la para então resignificá-la e construir novos sentidos. A pessoa não pode ser vista como um ser isolado, separada de sua realidade, pois é nela que ela se constitui enquanto ser humano. É neste sentido que a Fenomenologia-Existencial firma o seu pensamento.
E é por este caminho que o psicoterapeuta desta abordagem segue, pelos sentidos que o paciente escreveu em sua existência e também por aqueles que ainda serão reescritos.
Em suma, o psicoterapeuta caminha junto ao paciente, na busca por novos capítulos de sua história, através da análise daquilo que foi, que está sendo e que será.