Ashtanga Yoga é um estilo tradicional sistematizado na década de 1940 em Mysore (Índia) por Sri K. Pattabhi Jois, discípulo de Krishnamacharya, considerado o pai do Yoga moderno. Seu nome vem do sânscrito ashta (oito) e anga (membros), em referência aos oito passos descritos por Patanjali nos Yoga Sutras: ética, disciplina, posturas, respiração, interiorização, concentração, meditação e união. Essa base filosófica sustenta a prática como um caminho completo de integração entre corpo, mente e espírito.

Sua estrutura é rigorosa: a Ashtanga segue séries fixas de posturas, sempre executadas na mesma ordem. Diferente do Vinyasa Yoga (Flow), em que as sequências são livres e criativas, aqui a repetição é intencional. Ela permite aprofundar cada postura, construir disciplina, fortalecer o corpo de forma progressiva e estabilizar a mente em um estado de foco e clareza.

A prática é intensa e exige comprometimento. Cada postura se conecta à seguinte por meio do vinyasa, uma cadência de respirações sincronizadas com movimentos precisos. A respiração ujjayi, profunda e ritmada, aquece o corpo e sustenta o fluxo; os bandhas, chaves energéticas internas, direcionam a vitalidade; e o drishti, pontos de fixação do olhar, conduzem à concentração. Esses três elementos — respiração, energia e foco — fazem da Ashtanga uma verdadeira meditação em movimento.

No Ocidente, especialmente a partir dos anos 1970, a Ashtanga Yoga se popularizou como uma prática vigorosa, muitas vezes associada ao condicionamento físico e ao aumento da performance corporal. Embora mantenha sua base espiritual e meditativa, sua intensidade fez dela uma escolha atraente para quem busca resistência, disposição e saúde, sem perder a profundidade filosófica herdada da tradição indiana. Assim, consolidou-se como um dos estilos mais praticados no mundo, unindo vitalidade, clareza e autoconhecimento.

Mais do que uma sequência de movimentos, a Ashtanga Yoga é uma fonte inesgotável de energia vital. Muitos buscam essa prática justamente pelo calor interno que fortalece músculos, aumenta a resistência e desperta o poder interior. Mas sua força vai além da forma física: a disciplina das séries, a constância do treino e a respiração consciente transformam o praticante por inteiro, conduzindo a estados de serenidade mental e equilíbrio emocional. Assim, a Ashtanga se revela como um caminho de autotransformação, que desperta energia, presença e consciência, convidando cada pessoa a descobrir sua própria força em cada respiração e em cada postura.